Alimentação orgânica II
30/08/2021 - Meio Ambiente, sustentabilidade e agronegócio
Continuando sobre o tema reportado na coluna anterior, trago alguns feedbacks sobre os alimentos orgânicos, com destaque à colaboração de Gilmar Vione da Emater, da Arede, e da Rede Ecovida. Segundo estes, as características das famílias que produzem orgânicos na região são variadas, onde algumas jamais utilizaram agrotóxicos na produção, então seriam agroecologistas desde sempre, outras entraram na produção orgânica por opção político/ideológica, e há também quem entrou por ter sofrido alguma intoxicação por agrotóxicos em algum momento. Também há casos de pessoas que aderem à proposta com vistas exclusivamente na questão econômica, pelo fato do alimento orgânico ser mais valorizado pelos consumidores, e também com o advento de compras institucionais (PNAE - alimentação escolar, PAA - Programa de Aquisição de Alimentos), que priorizam orgânicos e podem pagar até 30% a mais. Entretanto, na Rede Ecovida sempre é procurado trabalhar as outras questões relacionadas à Agroecologia, não somente as econômicas, mas as ambientais, sociais e éticas. Mesmo assim, às vezes há quem caia em tentação e aplique agrotóxicos, nestes casos (e já ocorreu na nossa região) as famílias são suspensas temporariamente ou desligadas do processo, sem com isso fechar as portas para o reingresso, desde que haja a adequação às normas da Rede Ecovida. Em relação aos consumidores, destaca-se um aumento do interesse por alimentos orgânicos e a participação de consumidores nos grupos de produção orgânica da Rede Ecovida. Por outro lado, os pontos que ainda precisam melhorar em relação a estes são: falta de educação sobre alimentação saudável, desde as escolas até as residências; desconhecimento sobre o processo de certificação (garantia da conformidade dos alimentos orgânicos); dificuldade de conseguir uma maior variedade de alimentos orgânicos no mesmo espaço de comercialização (feiras livres, supermercados, mercados), devido à pouca oferta de alimentos em quantidade e variedade; falta de regularidade na oferta de alimentos orgânicos, devido a intempéries e/ou à falta de planejamento de produção. Ainda, foram levantadas várias outras questões, especialmente em relação aos pontos que auxiliam e que atrapalham os agricultores (as) na produção e disponibilização dos produtos orgânicos, e da atuação e engajamento dos técnicos neste processo, e que, por falta de espaço nesta coluna, está sendo publicada em uma excelente matéria a parte, mais ampla, nos jornais em que participo, inclusive com a opinião de produtores orgânicos. Não deixe de ler!
Fonte: https://www.folhadonoroeste.com.br/colunas/