Tráfico de animais silvestres: do laser à provável extinção
13/07/2022 - Meio Ambiente, sustentabilidade e agronegócio
Através da biopirataria e do tráfico de animais silvestres, muitos exemplares da fauna e flora brasileira são levados de forma clandestina para fora do nosso território, deixando assim espécies suscetíveis à extinção. O tráfico de animais, configurado pela retirada de animais de seus habitats naturais e destinado à comercialização, é um dos mais lucrativos comércios ilegais do mundo e que movimenta aproximadamente 20 bilhões de dólares por ano, sendo a terceira atividade ilícita mais rentável, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e armas. O patrimônio genético brasileiro apresenta-se como uma alavanca econômica mundial. A biodiversidade brasileira corresponde a 20% do mundo. Assim, o Brasil é um dos alvos principais de criminosos que atuam no mercado ilegal de animais e plantas silvestres. Apesar de ser considerado crime ambiental no Brasil, segundo a legislação vigente, o tráfico de animais ainda continua sendo exercido de forma indiscriminado e causando sérios riscos de extinção de muitas espécies da fauna e flora brasileira. No caso da fauna, estatísticas apontam que aproximadamente 60% dos animais traficados são comercializados ou destinados à pesquisa científica ilegal, e ao uso de sustâncias em medicamentos, como por exemplo, dos venenos de cobras na industrialização de soros antiofídicos. E os 40% restantes são destinados ao exterior, para colecionadores. Porém, um dado chocante é que cerca de 90% dos animais traficados morrem antes de chegar ao seu destino final, especialmente pelas condições inadequadas de transporte. Os valores envolvidos neste negócio ilícito são numerosos. Só para exemplificar, o preço pago por uma arara azul varia de U$$ 25.000 a U$$ 60.000, um flamingo U$$ 5.000, uma jararaca de U$$ 1.000 a U$$ 20.000; uma cascavel U$$ 1.400, aranhas de U$$ 150 a U$$ 5.000, besouros de U$$ 450 a U$$ 8.000. Porém, sabe-se que para este crime acontecer, muitas pessoas colaboram, inclusive, de órgãos fiscalizatórios. Esse tipo de mercado ilícito, voltado principalmente para abastecer o gosto do ser humano por criar animais silvestres como animais de estimação, é o grande responsável pela retirada anual de 38 milhões de bichos da natureza brasileira, segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres. Como o mercado de pequenos animais, tanto silvestres quanto exóticos, usados como estimação é crescente, sugere-se que as pessoas conheçam a procedência do animal que estão adquirindo, e exijam que o mesmo, quando silvestre seja procedente de criadores autorizados pelo IBAMA. Pois, dessa forma, não estrão contribuindo com as quadrilhas envolvidas no tráfico de animais silvestres. Portanto, se verem situações destas acontecendo, denunciem! E, não adote ou compre um animal silvestre, principalmente sem procedência!
Fonte: https://www.folhadonoroeste.com.br/colunas/