QUESTÕES AMBIENTAIS RELEVANTES APÓS AS ENCHENTES NO RIO GRANDE DO SUL
15/07/2024 - Meio Ambiente, Sustentabilidade e Agronegócio
O estado do Rio Grande do Sul ainda está em processo de reconstrução após ter passado pela maior catástrofe ambiental e climática de sua história. Os impactos ambientais, econômicos e sociais resultantes deste evento climático extremo podem ser percebidos em praticamente todas as regiões do estado. Boa parte dos esforços ainda está focada na assistência social e econômica aos desabrigados e atingidos pelo fenômeno, mas não devemos ignorar a importância em planejar ações ambientais para minimizar os impactos de novos eventos como este. O resultado final destas enchentes foi o alagamento de áreas urbanas e rurais extensas, atingindo moradias, indústrias e ocasionando perdas na produção agrícola e na qualidade do solo. Mas devemos atuar na causa, e a ciência tem nos mostrado que provavelmente não iremos mais conseguir evitar as consequências das mudanças climáticas, mesmo que realizarmos esforços ambiciosos nas reduções de emissões dos Gases do efeito Estufa (GEE), especialmente do carbono. Neste contexto, além das políticas de reduções dos GEE e adaptação às mudanças climáticas, é possível apontarmos alguns temas e estratégias que deverão permear as novas políticas públicas para prevenir e mitigar os efeitos de eventos futuros desta natureza. Assim, destacam-se ações voltadas às práticas agrícolas sustentáveis e conservacionistas, recuperação ambiental de áreas de riscos e Áreas de Preservação Permanente (APP), para atenuar o escoamento superficial em pequenas bacias hidrográficas e proporcionar a recuperação do solo. Em áreas urbanas, a desocupação gradativa das áreas de APP, com a respectiva restauração ecológica e retomada dos serviços ecossistêmicos nestes locais é de fundamental importância. Ainda, a manutenção de áreas de infiltração das águas da chuva, aplicação do conceito de cidade esponja, gestão das águas, de riscos e o planejamento ambiental surgem como demandas imediatas.
Fonte: Por Alexandre Hüller, in: https://www.jornalgazeta.com.br/colunas/alexandrehuller