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PARA RESTAURAR FLORESTAS NO SUL DO BRASIL, FAZ DIFERENÇA PLANTAR MUDAS?

23/11/2022 - Meio Ambiente, sustentabilidade e agronegócio

O estudo de Marília C. Inhamuns, sob a orientação do Prof. Geraldo Ceni Coelho, publicado recentemente no periódico Restoration Ecology (https://doi.org/10.1111/rec.13356)  sugere que o plantio de mudas de espécies de árvores não é o fator mais importante, e pode mesmo gerar uma floresta menos diversificada. O estudo foi realizado no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental na UFFS campus Erechim. As matas ciliares são florestas que acompanham a borda dos rios e córregos. Ecologicamente, exercem funções muito importantes, entre elas a proteção das águas em relação à poluentes, e a função de corredores ecológicos, ou seja, interligam remanescentes de vegetação silvestre sendo vias de deslocamento de animais, permitindo assim que populações se mantenham viáveis, e não isoladas. A região Sul do Brasil tem a predominância da Mata Atlântica, que foi bastante reduzida em função das atividades humanas, especialmente a partir do início do século XX. Com isto, boa parte das matas ciliares foram perdidas. O custo de recuperar as matas ciliares pode ser bastante alto, incluindo as mudas de árvores nativas, procedimento que é bastante comum. O estudo publicado foi conduzido em matas ciliares do município de Erechim-RS, que foram recuperadas através de projetos como o CALELI (sigla que se refere à CA-Campo, Le-Leãozinho, Li–Ligeirinho, rios do município). Nas áreas estudadas, foram comparadas matas ciliares recuperadas há oito anos, com cercamento, para evitar a entrada de animais. As áreas foram divididas em dois grupos, um grupo com plantio de mudas e um grupo apenas com a instalação de cercas de proteção. Porém, o que se constatou é que metade das áreas de ambos os grupos tinham presença de gado dentro delas, mesmo com as cercas, o que não deveria acontecer. Isto permitiu avaliar ao mesmo tempo a influência do gado e do plantio de mudas. O que se percebeu é que nas áreas em que não foram plantadas mudas, a diversidade de plantas foi maior, quase o dobro entre as plantas jovens, ou seja, nas populações de mudas que se estabeleceram no local por conta da natureza, após o cercamento. Já a influência do gado se dá na composição das espécies sobreviventes, pois algumas, mais frágeis, típicas de florestas maduras (também chamadas espécies climácicas), se encontravam bastante reduzidas pelos animais. O estudo sugere que mais atenção deve ser dada ao cercamento e sua manutenção, e apoio aos produtores rurais para que as restaurações sejam mais efetivas. O custo aplicado em insumos para o plantio de mudas pode ser redirecionado a atividades de apoio aos produtores e ao cercamento. Este resultado poderia ser generalizado para a Mata Atlântica? “O resultado deve ser interpretado com cautela, visto que a diversidade nas áreas restauradas foi proporcional à cobertura de mata nativa remanescente no entorno. Observou-se uma cobertura de vegetação nativa remanescente de quase 11% nos arredores das áreas restauradas, em média. Para obter essa medida, foi considerado um raio de 500 m ao redor das matas ciliares restauradas. Isto indica a importância dos pequenos capões de mato como fonte de sementes para a recuperação de áreas próximas. É possível que áreas com cobertura de mata nativa menores em seu entorno podem necessitar de ações complementares, até mesmo o plantio de mudas.“ (Geraldo Ceni Coelho) cenicoelho@gmail.com.




Fonte: https://www.jornalgazeta.com.br/colunas/alexandrehuller

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