Os Sistemas Agroflorestais
30/08/2021 - Meio Ambiente, sustentabilidade e agronegócio
Os SAF’s – Sistemas Agroflorestais ou Agrosilvipastoris, são plantios consorciados de espécies arbóreas florestais com culturas agrícolas, hortícolas, frutíferas e a pecuária, na mesma unidade de área. No RS é uma prática geralmente associada à agricultura familiar, e usada como forma de produção de alimentos para a subsistência. Converge também com os princípios da produção orgânica e da interação sustentável com o meio ambiente. Na Amazônia, onde é muito difundido entre as populações tradicionais, além da subsistência, estudos já mostram que os SAF’s podem ser mais rentáveis em unidade de área do que plantios de monocultura, como a soja. No RS temos diversos projetos em andamento para incentivar esta prática em pequenas propriedades rurais, inclusive com recursos subsidiados, onde espera-se avançar na segurança alimentar das famílias de agricultores familiares que utilizem a técnica, da autossuficiência de produção de lenha e madeira na propriedade, e na possibilidade de geração de renda com venda de excedentes, dentro da perspectiva da sustentabilidade ambiental, social e econômica. Assim, com um maior conhecimento difundido do método, e da possibilidade de exploração sustentável de recursos florestais nativos, verifica-se uma maior valorização por parte das pessoas, o que ajuda no processo de preservação de espécies nativas, da biodiversidade ambiental e da restauração florestal. O Estado do RS, através da SEMA, dispõe de uma modalidade simplificada e menos burocrática de regularização deste procedimento, a “Certificação Agroflorestal”. Com isso, permite-se que o agricultor maneje o sistema de forma sustentável, com segurança jurídica e de acordo com a legislação ambiental vigente, podendo também realizar o extrativismo de subprodutos de espécies nativas da floresta (que demandam de autorização devido ao Decreto Federal nº 6.660/2008), as podas, cortes eventuais, e demais manejos necessários ao sistema. Ainda, com a certificação, permite-se também, de forma sustentável, a implantação de SAF’s em áreas de (APP) e Reserva Legal. Portanto, fica a dica para os agricultores, extensionistas e órgãos ambientais municipais, para incentivarem a prática, induzindo a utilização dos SAF’s, inclusive, como método de restauração florestal. Pois, percebe-se que os SAF’s, além dos benefícios já mencionados, proporcionam uma interação benéfica para o desenvolvimento inicial das mudas em plantios florestais, principalmente pela eliminação do fator de competição com plantas invasoras através do manejo realizado na área.
Fonte: https://www.folhadonoroeste.com.br/colunas/