OS CABOS DE FIBRA ÓPTICA E A POLUIÇÃO VISUAL
02/02/2024 - Meio Ambiente, Sustentabilidade e Agronegócio
Uma situação que tem chamada a atenção de forma negativa na maioria das cidades brasileiras é com relação ao emaranhado de fios abandonados de fibra óptica entre os postes das redes de energia elétrica. Em tempo, a internet por meio da fibra foi um avanço importante, mas hoje existem várias empresas que atuam no ramo, e cada uma destas coloca o seu fio juntamente com a rede elétrica em frente às residências e empreendimentos comerciais. Não bastasse isso, ao passo que algum fio apresenta problemas, puxa-se outro fio, sem retirar aquele danificado, ficando assim todos aqueles fios amarrados uns aos outros, alguns soltos e outros entrelaçados. A situação chama mais atenção pela questão estética, mas se trata na verdade de uma grande fonte de poluição visual, que desenfeita as cidades, especialmente àquelas consideradas turísticas, transmite uma sensação de desordem e negligência e que, por fim, interfere também na qualidade de vida dos moradores das cidades. Também se verifica muitos destes fios soltos que se entrelaçam com os fios da rede elétrica e ficam sob o alcance de pedestres, especialmente após fenômenos de ventanias e temporais, que, por sua vez, estão frequentes neste último El niño. Com isso, tem-se também a questão da segurança da população. Mas, de quem seria a responsabilidade disso? Aparentemente, existe um lastro regulatório nesta responsabilidade, mas cabe às empresas de energia elétrica (gestoras das redes elétricas e postes) e às respectivas empresas de telefonia e internet (donas dos fios e geradoras do resíduo) este controle e organização. A prefeitura municipal também não pode se omitir da fiscalização por meio do seu código de obras e posturas e plano diretor. A solução, por sua vez, parecer ser a substituição por cabos subterrâneos e um acompanhamento e deliberação de adequação de legislação, quando necessária, pelos conselhos municipais de meio ambiente e de obras.
Fonte: Por Alexandre Hüller, in: https://www.jornalgazeta.com.br/colunas/alexandrehuller