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Nesta época do ano, especialmente no mês de agosto, já era comum percebermos aqui no estado do Rio Grande do Sul muita fumaça no ambiente. Porém, neste ano têm chamado a atenção a sua grande intensidade, a ponto de interferir no campo visual, e inclusive, na captação de sinais de GPS, como em aparelhos de medição topográfica e em Drones. Nos últimos dias este tema foi assunto em todos os meios de conversa, onde, mesmo com as previsões do tempo apontando para sol com céu azul, o que vimos na prática, foi um céu nublado e esfumaçado. É importante ressaltar que a origem da mesma não é aqui da região e nem do estado. Acontece que, devido a alguns fatores ocorrentes em outras regiões do Brasil, como a maior seca dos últimos anos que estamos vivenciando nas regiões dos biomas Amazônico, Cerrado e Pantanal, e que aumentam o número de incêndios florestais nestes locais, aliado a incêndios criminosos e também da negligência e falta de preparo dos órgãos governamentais, temos uma grande nuvem de fumaça percorrendo o nosso espaço aéreo. Então, o que isso nos mostra? Com este evento, fica nítida agora aos olhos da população a interferência de outras regiões do extenso território brasileiro em nosso clima aqui no RS, especialmente da região amazônica. Pois, muitos “conservadores” ainda se negavam a aceitar que o desmatamento da floresta amazônica pudesse interferir no clima e índice de chuvas aqui no RS. Agora, então, é possível verificar que as correntes de ar se deslocam justamente nesta direção. Isso, além dos transtornos já mencionados, traz também problemas relacionados à saúde e bem estar da população, principalmente com complicações relacionadas às doenças pulmonares, pois esta fumaça piora significativamente a qualidade do ar que respiramos. Por fim, é importante aproveitar estes eventos para aceitarmos que as mudanças climáticas não são “conversa fiada”, que já está acontecendo, e que precisamos combatê-la.

Fonte: Por Alexandre Hüller, in: https://www.jornalgazeta.com.br/colunas/alexandrehuller