O ACORDO DE PARIS
06/03/2023 - Meio Ambiente, sustentabilidade e agronegócio
Muito tem se falado na necessidade do Brasil atender ao Acordo de Paris. Mas afinal! Você sabe do que se trata este acordo? Na verdade é um acordo internacional realizado em Paris no ano de 2015 pela Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP21), onde mais de 190 países se comprometeram em reduzir as suas respectivas emissões de gás carbônico nos próximos anos de forma a desacelerar o aumento da temperatura do planeta, para menos de 2ºC em relação á temperatura média atual. O Brasil, assim como, a maioria dos países com altos índices de emissão assinaram o acordo, diferentemente dos EUA, responsáveis por mais de 17% das emissões globais e que na época se recusou a assinar. O Brasil se comprometeu a reduzir até o ano de 2025 cerca de 37% na emissão dos gases de efeito estufa na atmosfera, em relação aos índices de 2005, e 43% até o ano de 2030. Outra meta ousada brasileira foi em relação ao desmatamento ilegal, que chegaria a zero até o ano de 2030. Ainda, até 2030 o país se comprometeu a reflorestar cerca de 12 milhões de hectares de florestas. Até aqui já dá pra ver que mais uma vez não iremos cumprir um acordo, especialmente pela repercussão das políticas ambientais contemporâneas adotadas no país. Ressalta-se, porém, que na verdade não existe uma obrigatoriedade de cumprimento deste acordo, e sim, uma proposição de medidas e metas. Mas mesmo estando longe de ver estas metas cumpridas, ressalta-se também a importância e necessidade de avanços nestes quesitos que possam conduzir a melhores índices dos que os atuais. Nesse sentido, verifica-se que dentre as medidas propostas, muitas convergem com necessidades mais amplas, não apenas restritas a um acordo internacional, mas que interferem positivamente na qualidade do ambiente, da economia e da vida das pessoas. Destas, destacam-se a perspectiva e necessidade de: alterar a matriz energética brasileira, investindo em bioenergia sustentável e energias renováveis; aumentar a eficiência no uso de energias e de recursos; fortalecer o cumprimento do Código Florestal; promover o manejo sustentável de florestas nativas; baixar drasticamente os índices de desmatamento ilegal; fortalecer o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). Pois, de um modo em geral, acredita-se que o Brasil realmente seja mais competitivo e inclusivo promovendo uma economia de “baixo carbono”, especialmente agora que se especula a entrada dos EUA no acordo. E se isso acontecer, certamente terá reflexos positivos na economia e mais incentivos à sustentabilidade no Brasil.
Fonte: https://www.jornalgazeta.com.br/colunas/alexandrehuller