COLAPSOS EM MINAS DE MACEIÓ E A QUESTÃO AMBIENTAL
15/12/2023 - Meio Ambiente, Sustentabilidade e Agronegócio
Estamos presenciando há dias o problema do afundamento do solo de bairros da cidade de Maceió-AL, onde a Braskem perfurou 35 minas para extração do sal-gema entre 1976 e o ano de 2019. Este produto é uma matéria-prima versátil para a indústria química e se trata de um cloreto de sódio que é utilizado para produzir soda cáustica e policloreto de vinila (PVC), ácido clorídrico, bicarbonato de sódio, na fabricação de produtos de limpeza e de higiene e em produtos farmacêuticos. O afundamento do solo já foi percebido desde o ano de 2018, de modo que as minas começaram a ser fechadas em 2019, depois que a empresa foi responsabilizada pelo surgimento de rachaduras em casas e ruas de alguns bairros de Maceió. Porém, agora estes afundamentos geológicos se aceleraram, especialmente no entorno de uma destas 35 minas (a mina 18), causando sérios riscos de colapso e de uma catástrofe ambiental. Mas, além dos problemas sociais e econômicos deste fato, outra questão que se apresenta, é com relação ás questões ambientais envolvidas. Pois, como este empreendimento foi liberado pelos órgãos ambientais competentes? Como deixaram chegar a este ponto? Pois é, a resposta é complexa, mas precisa ser explicada. Certamente este empreendimento possuía licença de operação dos órgãos ambientais para a extração até o ano de 2019. Com isso, provavelmente tenha faltado um “capricho” no monitoramento e fiscalização ambiental deste empreendimento. Além disso, acredita-se que a instalação de uma mineradora em área urbana, aliado ao uso da areia oriunda de APP – Áreas de Preservação Permanente, aberturas de 35 minas em margem de lagoa sem respeitar o limite de segurança, e principalmente, por terem aberto minas em cima de uma falha geológica, sejam os principais erros cometidos e admitidos neste processo. Mas o que é certo, é que houve uma série de crimes ambientais neste processo.
Fonte: Por Alexandre Hüller, in: https://www.jornalgazeta.com.br/colunas/alexandrehuller