AS VACINAS E A IGNORÂNCIA
13/07/2022 - Meio Ambiente, sustentabilidade e agronegócio
No Brasil já são aproximadamente 200 mil mortes e sete milhões de contaminados pela Covid nesta pandemia global. Após muitas incertezas, receios, desencontros, e com muito trabalho e investimento na ciência já estão em circulação diferentes vacinas capazes de combater a doença. Mas apesar de mais de 40 países já estarem oferecendo seus habitantes algumas destas vacinas, a solução ainda parece estar longe. Isso, por vários motivos (consolidação da eficácia das vacinas, do tamanho da população mundial, dificuldades na logística e armazenagem do produto, na aquisição de materiais para aplicação, custos, falta de estratégia e planejamento e até por “birras políticas e ideológicas”). Nunca antes a ciência andou tão rápida para a fabricação de um tipo de vacina. O que não quer dizer que o rigor científico tenha sido deixado de lado, ou que se tenha pulado etapas. Acontece que, agora houve um esforço mundial dos governos, farmacêuticas e centros de pesquisa para buscar esta solução para o vírus. Assim, todas as etapas foram amplamente aceleradas. O princípio de uma vacina é a prevenção. Mas, infelizmente, as vacinas desenvolvidas até então ainda não conseguem propiciar ao sistema imunológico a capacidade de eliminar o vírus antes que ele entre nas células do corpo. Estão sendo desenvolvidos quatro tipos (com vírus inativado; de subunidade proteica; baseadas em RNA; e, com vetor viral não replicante). Mas agora que estão à disposição, o que vemos, especialmente no Brasil, é um despreparo intelectual e estratégico enorme para lidar com a situação e planejar as ações. Ainda, passa-se, erroneamente a informação por algumas pessoas de que neste momento não tomar a vacina é melhor do que se imunizar. Em sentido oposto, os países desenvolvidos economicamente e culturalmente, os especialistas em saúde e epidemiologia, e os cientistas orientam a se imunizar com a vacina. Aos críticos da vacina, ou de tipos dela, vendados pela hipocrisia de alguns ideologistas políticos, é bom lembrar que 90% dos princípios ativos que são usados para produzir os medicamentos genéricos brasileiros vêm, a muitos anos, da Índia e da China, além de outros muitos medicamentos prontos para o uso, como os antibióticos. Independente de tudo, os cuidados com a doença provavelmente terão que continuar. Pois, por enquanto, mesmo com a vacina a imunidade ainda não estará garantida, sendo que ela pode nos proteger da doença, mas não necessariamente do vírus. Então, o ano 2021 tende a ser ainda uma extensão deste ano anormal de 2020. Em tempo, uma vacina também para a ignorância seria bem vinda.
Fonte: https://www.jornalgazeta.com.br/colunas/alexandrehuller