Amazônia 4.0?
14/04/2021 - Meio Ambiente, sustentabilidade e agronegócio
Um tema bastante recente e emergente no momento relaciona-se à chamada “4ª Revolução Industrial”, ou Indústria 4.0, que sugere a transição para uma nova era, onde engloba tecnologias de automação, inteligência artificial, a internet das coisas, blockchain, computação em nuvem, dentre outros. Neste conceito, presume-se uma agilidade e otimização de insumos, recursos, energias e processos, sendo notável a convergência para o conceito da sustentabilidade e, exigindo assim, que o profissional do futuro tenha que ser colaborativo, interdisciplinar e holístico. Na ecologia, a aposta é na bioeconomia baseada na valoração e uso racional dos ativos biológicos e biomiméticos contidos nas florestas de grandes ecossistemas naturais ou Biomas, como a Amazônia. Pois, já se sabe a tempos, que a floresta em pé tem muito mais valor do que desmatada, especialmente pelos serviços ecossistêmicos que presta ao meio ambiente e aos seres vivos, além dos subprodutos utilizados para usos farmacêuticos, cosméticos e alimentícios, e também no desenvolvimento de novos materiais, soluções energéticas e de mobilidade. Assim, nesta nova era, acredita-se que é possível a incorporação destas tecnologias para utilizar-se de recursos naturais de forma sustentável, preservando as florestas, agregando valor aos ativos biológicos, fortalecendo as comunidades locais e atendendo aos mercados mais desenvolvidos e conscientes. Mas seria possível aplicar isso em nossa região? Penso que sim, sendo que deveríamos utilizar destas tecnologias para mensurar e valorar melhor os ativos biológicos das nossas florestas e os bens ambientais (gerar conhecimento), valorizar, para depois, “negociar melhor” estes recursos, conscientizando todos sobre seu valor, importância e possibilidades de usos racionais e sustentáveis. Legislações para isso já temos, só precisamos fomentar e articular ações, projetos e programas. Os SAF’s e o extrativismo sustentável são bons exemplos já existentes. Já o pagamento por serviços ambientais tem que evoluir. Por fim, no pacote da Indústria 4.0, certamente teremos avanços também no processo de comando e controle, através do licenciamento, no monitoramento e fiscalização ambiental.
Fonte: https://www.folhadonoroeste.com.br/colunas/